A morte do príncipe Philip, anunciada nesta sexta-feira (9) no Reino Unido, chega em um momento conturbado para a família real britânica. Recentemente, a entrevista do príncipe Harry e da mulher, Meghan, à TV americana abalou as estruturas do Palácio de Buckhingham, com acusações de racismo em relação ao filho do casal.
Embora coadjuvante da rainha Elizabeth II, Philip era muito querido pelos súditos: era popular, uma figura simpática, uma espécie de bufão da família. Com seu tom descontraído e com certa ironia, muitas vezes afirmava o que a monarca não poderia dizer, pela função que ela ocupa.
Philip dava uma certa leveza para a monarquia e sua estrutura sisuda, especialmente em meio à contemporaneidade do século 21.
Philip abraçou o cargo de príncipe consorte, abrindo mão da carreira militar para ser o primeiro súdito da esposa. Ao casar com Elizabeth, renunciou ao sobrenome - Mountbatten, considerado "muito alemão" no momento em que a Europa vivia os horrores do nazismo - e abdicou aos títulos de nobreza da Grécia e da Dinamarca.
Quem acompanha os bastidores da realeza sabe o quanto isso não foi simples para Philip, que em diversas vezes deixava claro que preferira uma vida com maior autonomia. Com os anos, veio a maturidade. E Philip abraçou os rigores do cargo. Teve papel fundamental na modernização da monarquia no período pós-Segunda Guerra Mundial.
Os funerais de Philip trarão duas curiosidades a serem observadas: a primeira, será o primeiro momento público que a família real irá se reunir desde a crise deflagrada pela entrevista de Harry e Meghan.
A segunda: as cerimônias fúnebres serão um desafio logístico. Normalmente, a morte de um integrante da família real reúne milhares de pessoas em Londres, mas estamos em uma pandemia. O Reino Unido aliviou nos últimos dias algumas restrições, o país saiu do lockdown, mas seguem proibidas reuniões em grupos de pessoas em locais públicos. Não sabemos como serão as homenagens até o momento. Normalmente, o sepultamento de reis e rainhas ocorrem na Abadia de Westminster, mas como são aguardadas informações oficiais.