O presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma lei nesta terça0feura que garante imunidade vitalícia aos ex-presidentes russos, inclusive ele, quando deixar o poder - se é que o fará, uma vez que exerce a chefia do Kremlin direta ou indiretamente há 20 anos.
O texto, publicado online, concede aos ex-presidentes e a suas famílias a imunidade para que não sejam processados por crimes que tenham cometido. Com isso, também ficarão isentos de serem interrogados pela polícia, ou por investigadores, assim como de buscas e prisões.
Essa legislação faz parte das emendas constitucionais que foram aprovadas nesse verão em uma votação de nível nacional que permitiu que Putin, 68 anos, permaneça na presidência até 2036. Até agora, os ex-presidentes eram imunes apenas a crimes cometidos enquanto estivessem no cargo.
O presidente advoga em causa própria. Ficará imune quando deixar o poder. São inúmeras as acusações contra o presidente e seu governo, desde violações a direitos humanos, perseguição a opositores e até envenenamento de rivais políticos - isso, enquanto está no Kremlin. Antes de assumir, o líder atuou por décadas no serviço de inteligência, o FSB, herdeiro da KGB dos tempos soviéticos.
Um dia antes de assinar a lei, o presidente participou de um evento de Natal. Adepto de esportes, Putin praticou hockey com um menino de nove anos, Dmitry Aschepkov, em Moscou, como parte de um projeto do governo chamado “Sonhe comigo”, que ajuda crianças a realizar desejos.