Desde a noite de terça-feira, circula em grupos de WhatsApp no Brasil um suposto documento do governo de Evo Morales e da Assembleia Nacional segundo o qual a internet seria bloqueada na Bolívia desde 1 de novembro. Segundo o texto, a decisão teria sido tomada em 30 de outubro, em coordenação com as empresas Entel, Tigo e Viva, e estabeleceria que o uso da rede seria exclusivo para instituições públicas. Também definiria que apenas usuários e empresas com autorização das autoridades poderiam utilizar o serviço.
O documento é falso. A coluna entrou em contato com fontes em La Paz, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, que afirmaram que a internet funciona normalmente no país. Também não há nenhuma lei aprovada em 30 de outubro na Assembleia Nacional boliviana nesse sentido.
A Bolívia vive uma crise política desde 20 de outubro, data da eleição presidencial na qual Evo buscava um quarto mandato. Após mudar a regra da apuração no meio da contagem, o tribunal eleitoral definiu que o presidente havia sido reeleito em primeiro turno. O concorrente da oposição, Carlos Mesa, não aceitou a derrota. Uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) está analisando os números. O Brasil até o momento não reconheceu a reeleição de Evo.