Volta e meia a política contamina o futebol — e vice-versa. Em meio à novela do Brexit, a primeira-ministra britânica, Theresa May, apelou, nesta quarta-feira, à paixão bretã pelo esporte e comparou sua batalha sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) com a incrível virada do Liverpool contra o Barcelona na semifinal da Liga dos Campeões.
O Barça venceu por 3 a 0 em casa no jogo de ida, e o Liverpool, sem Mohamed Salah e Roberto Firmino, parecia caminhar para uma derrota. Mas mas o clube inglês conseguiu um dos maiores feitos da sua história, vencendo por 4 a 0 no jogo de volta e se classificando para a final.
Há semelhanças: o Brexit parecia algo certo quando os britânicos votaram pela saída do país do bloco econômico referendo em 2016. Passados dois anos, houve atrasos, retrocessos e, hoje, já se fala em um divórcio litigioso ou até uma nova votação — o que poderia levar os eleitores a recuarem da ideia e até permanecerem na UE.
Na sessão semanal de perguntas à primeira-ministra no parlamento, Theresa citou o espírito de união e de luta para falar sobre o Brexit.
— A vitória do Liverpool mostra que quando todo mundo diz que tudo está acabado, que o seu rival europeu venceu, que o tempo é curto, que é hora de reconhecer a derrota, na verdade, ainda podemos garantir o sucesso se todo mundo se unir — declarou sob o aplauso dos deputados do seu Partido Conservador.
Ela respondeu assim a um comentário do líder da oposição trabalhista Jeremy Corbyn, que sugeriu "pedir conselho a Jurgen Klopp", o técnico alemão do Liverpool, "sobre a forma de obter resultados na Europa". Em outras palavras, May quis dar a impressão de que é possível virar o jogo também na política.