Logo mais, à noite, Donald Trump fará o discurso mais importante do ano para os americanos. É o pronunciamento sobre o Estado da União, quando o presidente presta contas à nação sobre o andamento do governo. Embora não seja seu primeiro — ele discursou no ano passado logo após assumir —, é tratado com extrema importância porque, agora, após um ano, tem condições de fazer um balanço do governo.
O discurso está marcado para começar às 21h10min desta terça-feira (0h10min de quarta-feira pelo horário de Brasília). Acompanhe aqui na coluna a cobertura em tempo real e a análise.
Esse discurso materializa uma seção do artigo II da Constituição americana, que estipula que o presidente deve, periodicamente, "oferecer informação ao Congresso sobre o Estado da União".
Em 7 pontos, saiba no que prestar atenção:
1) A economia vai bem, a taxa de desemprego é a mais baixa desde 2000 e a Bolsa de Valores de Nova York bate recordes históricos. É o grande assunto de Trump, que irá destacar suas conquistas de 2017 - em especial a reforma do sistema tributário - e delinear os eixos fundamentais de sua ação administrativa este ano.
2) Trump deve evitar temas polêmicos, mas não conseguirá fugir do assunto imigração. Um acordo de última hora salvou o governo da paralisia (shutdown) há duas semanas. Deu sobrevida à administração, mas não conseguiu resolver o problema fundamental que emperrou democratas e republicanos. A oposição só aceitou votar o orçamento depois de adiado o prazo, até 8 de fevereiro, para que o governo resolva o destino dos chamados dreamers, os 1,8 milhão de imigrantes que chegaram aos EUA quando criança e que estão ameaçados de deportação.
3) O tema principal do discurso desta noite será a construção de um país "seguro, forte e orgulhoso".
4) O grande momento de Trump, que ele prometia como uma surpresa, deve ser quando lançará um plano de US$ 1,7 bilhões para reconstruir a infraestrutura do país no período de uma década. Será um apelo pela aprovação nas duas Casas do Congresso.
5) Também fará menções à política de comércio exterior, outro pilar fundamental na gestão do presidente.
6) Trump deve ainda apresentar as linhas de sua política externa, na qual se destacam assuntos de extrema sensibilidade como a escalada de tensão com a Coreia do Norte, o futuro das relações com o Irã e o passo dado por Washington para reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
7) Vale prestar atenção na plateia. É praxe os congressistas de ambos os partidos aplaudirem muitas vezes o presidente, quase um aplauso por minuto. Mas no discurso do ano passado foi bem diferente. Boa parte da bancada democrata ficou sentada em silêncio e houve algumas vaias. O clima era de constrangimento entre a oposição, que ainda não havia engolido a derrota de novembro de 2016.