A Alemanha, país mais rico da União Europeia, é considerada a locomotiva da Europa por sua força política e econômica. Das cinzas da II Guerra Mundial e do horror do nazismo, nasceu um país forte democrático e onde a defesa dos direitos humanos é uma valor presente no dia a dia da população. Muito se deve ao fato de os alemães não terem jogado a sujeira de sua história para baixo do tapete. Colocaram o dedo na ferida e, embora, movimentos extremistas (nazistas) ainda estejam presentes em sua sociedade, a consolidação da democracia é um pilar que a Alemanha não apenas reforça no dia a dia como exporta para o mundo.
Serão renovados todos os 630 membros do Bundestag, como é chamado o parlamento alemão. Como se trata de uma república parlamentarista, o partido que conquistar maioria ganha a chance de indicar o chefe de governo, que lá é chamado de chanceler.
Quando um partido tem maioria no parlamente, ele pode formar sozinho o governo. É improvável que isso aconteça na eleição deste domingo. A busca pela formação de um governo de coalizão, liderado pelo partido mais forte, a CDU (União Democrata Cristã, de centro-direita), da atual chanceler, Angela Merkel, deve se iniciar logo após o fim do pleito.
Merkel deve conquistar seu quarto mandato. O que isso significa: a continuidade de uma das vozes mais ponderadas entre os líderes mundiais. Merkel serve de freio ao crescimento de regimes conservadores em países vizinhos, como o Reino Unido. Também ganha fôlego com sua provável vitória a União Europeia, cambaleante desde o Brexit. Com o presidente francês, Emmanuel Macron, Merkel tem feito uma parceria para retomada do sonho de união europeia.
Do ponto de vista interno, o país vai bem — e sua continuidade é garantia de que continuará assim. A economia teve um crescimento em torno de 2%, e o desemprego chega a 5%.
Também será a continuidade de uma política polêmica em relação aos imigrantes que adentram a Europa, fugindo das guerras no Oriente Médio e no norte da África. Enquanto muitos países fecharam suas fronteiras, a Alemanha de Merkel se abriu aos refugiados — provocando críticas de conservadores que acreditam que, na leva de imigrantes, podem estar infiltrados terroristas. Isso até pode acontecer, mas é importante lembrar que a maioria dos atentados realizados na Europa nos últimos meses foi deflagrado por cidadãos europeus, que se radicalizaram.