Como repórter, tive a oportunidade de assistir, pessoalmente, a cinco discursos de Barack Obama ao longo desses últimos oito anos. Vi Obama candidato, presidente empossado, postulante ao segundo mandato e em campanha para eleger Hillary Clinton. A mais emocionante de todas as falas foi em 2008. Estava no Grant Park, em Chicago. A multidão, a apuração apertada, a apoteose da vitória, as promessas de mudança, o vento gelado que soprava do Lago Michigan... Tudo isso dava contornos épicos a uma noite em que os EUA prometiam ao mundo a esperança de uma nova era. A América deixaria de ser o país da guerra dos anos Bush, das aventuras belicistas no Afeganistão e no Iraque e das torturas em masmorras da CIA. Uma nação historicamente fraturada pela segregação racial estava elevando, pela primeira vez, um negro ao cargo mais importante do país. O “Yes, we can” daquela noite arrepiava os mais céticos dos analistas internacionais. Não seria exagero dizer que o mundo acreditou na “change” (mudança) do slogan daquela campanha.
Estados Unidos
Legado de Obama: oito anos depois, o que ficou do "Yes, we can"?
Não sei o mundo ficou melhor nesse período, mas tenho certeza de que os EUA, embora mais divididos politicamente, estão mais justos
Rodrigo Lopes
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