Adoro time com volantes. Se forem craques, muito melhor. Se não forem bons, que façam com alguma qualidade o serviço sujo. Tirem a bola dos adversários que estão chegando perto da sua área, o que, por consequência, alivia o trabalho dos zagueiros. O time fica mais longe de sofrer gols.
Quando digo isso, muita gente faz caretas. Pois então, analisemos o que fez Abel Braga no Inter, com seu rasgo de praticidade e simplismo para montar um time de qualidade e que está muito perto de ser campeão brasileiro. Abel começou dando a titularidade a Rodrigo Dourado, que está jogando como nunca e sendo fundamental neste esboço. Ele faz a função do primeiro volante.
Junto com ele, Abel colocou outro três jogadores que nasceram, antes de tudo, como jogadores de marcação e que depois, pela qualidade que têm, conseguem ser meias com boas soluções para o ataque. Edenilson era lateral-direito do Caxias e do Corinthians. Tite viu suas qualidades e o colocou mais à frente. Patrick era lateral-esquerdo no Sport quando Roberto Melo o trouxe para o Inter. E Praxedes, outra grande novidade, fazia funções de meio e defensivas nas categorias de base.
Pronto: pode parecer um choque para os colorados, mas o Inter joga com quatro volantes. Até o que joga mais atrasado é um grande cabeceador e faz gols, que é Rodrigo Dourado. Os outros três cumprem tarefas defensivas, mas se soltam para o ataque. Simples. O Inter é um muro na frente da linha de zagueiros, tirando espaços do adversário e tomando poucos gol. Na frente, Abelão colocou dois atacantes. Só errou, e feio, quando operou a volta de Marcos Guilherme.