Lembro como se fosse hoje. Mineirão, estádio cheio e colorido de verde e amarelo. O Brasil enfrentaria a Alemanha sem Neymar, que no jogo anterior, contra a Colômbia, foi duramente atacado e ficou fora da Copa. Luiz Felipe Scolari, completamente fora da casinha, colocou Bernard no seu lugar, explicando que o jogador tinha "alegria nas pernas", algo que ainda não sei definir o que é.
Até então, a Seleção Brasileira não tinha feito um jogo sequer com qualidade. Ganhava do jeito que dava, escapando de derrotas e da eliminação precoce. Estava por vir o grande vexame contra um adversário qualificado.
Quando terminou o primeiro tempo, já estava 5 a 0. Nada poderia ser pior. Lembro que jogadores do Bayern, amigos do zagueiro Dante, saíram para o intervalo confortando seu colega de time. No segundo tempo, a Alemanha nem quis jogar e ainda assim fez mais dois gols.
O que aprendemos com aquele vexame inesquecível? Pouco. Mas tenho esperança de que a pandemia possa trazer luz para nossos dirigentes. É na dor que se aprende. Tomara que passem a investir muito mais na formação de jogadores do que na contratação de nomes caros, que quase nunca resolvem.
Quem forma jogadores resolve dois problemas: os técnicos e os financeiros. Os clubes zeraram o caixa e, não tendo dinheiro para contratar, certamente verão as soluções brotarem das suas categorias de base.