Não posso e não devo culpar dirigentes e ou comissões técnicas de Grêmio e Inter por colocar a maioria de reservas no clássico Gre-Nal 421. O absurdo que acontece no futebol brasileiro está colocando os grandes times em processos de exaustão, tanto física quanto mental. Disputar três competições ao mesmo tempo, contra grandes adversários, com longas viagens, com muita concentração, sem ter tempo para treinamentos, é uma violência. Por isso dá para entender a escolha por times reservas.
O Palmeiras, que tem o melhor grupo do Brasil, encarou uma decisão contra o Inter na Copa do Brasil na quarta feira. Em seguida, rumou para Fortaleza, onde perdeu para o Ceará. De lá saiu direto para Mendoza, na Argentina, à beira da Cordilheira dos Andes, onde joga amanhã. Isso, por baixo, mesmo em avião fretado, dá um dia de voo.
Nem com 80 jogadores há possibilidade de ter sucesso. E ainda teve problemas para descer na cidade argentina, onde ventava muito — o avião que levava a delegação teve de de pousar primeiro em Rosario e depois em Buenos Aires. Grêmio e Inter estão nas três. Não sei quanto tempo vão aguentar. O Santos, que ontem venceu o Botafogo, é agora líder ao lado do Palmeiras.