Com um inesperado – e estranho – salto de R$ 11,5 milhões para R$ 20 milhões, a reforma da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, pode ser alvo de uma CPI na Câmara Municipal.
O vereador Pedro Ruas (PSOL), líder da oposição, revelou à coluna que iniciará nesta quarta-feira (22) a coleta de assinaturas. Para que a CPI seja aberta, é necessário o apoio de 12 parlamentares. Mas, como a oposição só tem 10 integrantes, talvez não seja tão simples garantir essa adesão.
Por outro lado, o governo Sebastião Melo, aparentemente, não parece ter culpa em relação aos problemas da obra. O próprio Melo já mandou abrir uma sindicância para apurar as responsabilidades da empresa que calculou o preço da reforma, contratada ainda no governo anterior. Sendo assim, em tese, não haveria maiores motivos para os vereadores governistas serem contra a CPI.
– Se até o prefeito acha que tem algo errado, esse será o nosso argumento para recolher as duas assinaturas de que precisamos fora da oposição. Houve algum superfaturamento, ou sobrepreço, ou irregularidade, e é nossa obrigação investigar – diz Pedro Ruas.
O fato é que a Usina do Gasômetro, principal-cartão postal de Porto Alegre, está fechada há quatro anos e, desde lá, são incontáveis o número de vezes que a reabertura foi adiada. A promessa mais recente era concluir a reforma até março de 2022, quando a cidade completará 250 anos. Mas agora, de uma hora para a outra, na reta final da reforma, a prefeitura informou que ainda faltarão R$ 8 milhões para a conclusão dos trabalhos.
Ou seja: será necessária uma verba adicional de 70% do orçamento, o que beira o inacreditável. Uma CPI não seria má ideia.