Para acelerar a revitalização de mais um trecho da Orla do Guaíba – que precisa de uma série de autorizações e licenças do município –, a construtora responsável pela obra sugeriu à prefeitura uma estrutura provisória. Ou seja: a intenção é fazer intervenções menos agressivas, que podem ser facilmente desmontadas, mas que já permitiriam à população usufruir do espaço.
O local em questão fica à margem da Avenida Diário de Notícias, entre a Escolinha do Grêmio e o Iate Clube Guaíba. Quem passa por ali de carro, ou mesmo a pé, só enxerga hoje uma vegetação disforme, própria de terreno baldio – mas, atrás dessas macegas, estão duas simpáticas prainhas separadas pela foz do Arroio Cavalhada.
Só para mexer nos vegetais, é preciso aguardar uma permissão da prefeitura que levará meses para sair. Por isso, a ideia é instalar em meio aos arbustos duas passarelas de madeira, que levariam as pessoas desde a calçada da Diário de Notícias até duas clareiras à beira do Guaíba. Nessas clareiras, seriam montadas estruturas temporárias, como deque, arquibancadas para sentar, playground e academia ao ar livre.
A pressa para urbanizar o espaço é da Multiplan, que vai bancar a obra inteira. Dona do BarraShoppingSul, a empresa está construindo um bairro planejado com 18 torres na região. A revitalização da Orla naquele trecho, portanto, é uma das contrapartidas que a Multiplan precisa entregar ao município em troca do empreendimento – mas a própria empresa tem todo o interesse em agilizar o processo.
– Queremos, claro, fazer o quanto antes essa integração com a Orla. Por isso, apresentamos uma proposta de baixo impacto, que seria uma alternativa até a prefeitura conseguir, dentro do seu tempo, nos apresentar as diretrizes do que será construído em definitivo – diz o diretor de Desenvolvimento Imobiliário da Multiplan na Região Sul, Bruno Vanuzzi.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Germano Bremm, se mostrou simpático à ideia, disse que vai trabalhar pela aprovação, mas lembrou que, mesmo em um projeto provisório, fatores como iluminação pública, drenagem e acessibilidade precisam ser contemplados. A autorização pode levar em torno de seis meses.