Atravessar paredes, enxergar o futuro, acabar com a fome, espalhar felicidade. Pensando em como seria ter superpoderes, crianças e adolescentes do Abrigo João Paulo II, na Capital, se desenharam em uma folha de papel – no verso, descreveram a habilidade que gostariam de ter. Depois de prontos, os desenhos foram recriados por artistas de todo o país.
A iniciativa, batizada de Lar dos Pequenos Heróis, foi idealizada por cinco estudantes da ESPM: eles precisavam criar uma campanha institucional para uma cadeira da faculdade. Decidiram, então, chamar atenção para as necessidades do abrigo, que viu as doações despencarem durante a pandemia. A meta é arrecadar R$ 3 mil – R$ 1,3 mil já chegaram desde quinta-feira (28), quando a ação foi lançada.
– Queremos mostrar para essas crianças que a imaginação é o maior poder que elas têm. É sonhando que elas vão fazer diferença no mundo – diz Julia Selistre, 23 anos, que criou a campanha com os colegas Acauan Machado, Gabriela Knob, Maria Eduarda Gandara e Renata Filipini, todos alunos de Publicidade e Propaganda.
Com 23 unidades, o Abrigo João Paulo II acolhe menores encaminhados pelo Juizado da Infância e Juventude. São meninos e meninas que conviveram com maus-tratos, abandono, abuso sexual ou pobreza extrema.
Até agora, 36 desenhos foram recriados – outros 30 já estão na mão de ilustradores. Os originais e as novas versões são publicados diariamente no site bit.ly/lardeherois, onde é possível fazer doações, e no Instagram. Ao final da campanha, os pequenos heróis vão receber suas obras repaginadas com mensagens dos artistas.
Com Rossana Ruschel