A prefeitura sabia que a ciclovia da Ipiranga oferecia riscos. Três meses antes de cobrir com asfalto as rachaduras no trecho entre a Múcio Teixeira e a Getúlio Vargas, na semana passada, o município já havia sido condenado pela Justiça a consertar a pista.
A juíza Andréia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, decidiu em 3 de novembro acolher o pedido do Ministério Público para que fossem realizadas "obras de manutenção e de remodelação da ciclovia" com o objetivo de garantir "condições seguras de trafegabilidade aos seus usuários".
Como o município recorreu da sentença, não era obrigado a cumpri-la até os recursos serem julgados. Mas, na última quarta-feira (27), após a coluna mostrar o tamanho das fendas no piso, a prefeitura admitiu o perigo e providenciou uma solução paliativa: a nova camada asfáltica.
No processo, o Ministério Público já mencionava "possibilidade de deslizamento do talude do Arroio Dilúvio". O engenheiro civil João Fortini Albano, em entrevista à coluna na última terça-feira (26) – três meses após o município ter sido condenado – confirmou que a ciclovia poderia desbarrancar "em questão de meses".