Desativado há três anos, o exuberante chafariz que brotava do chão no Largo Glênio Peres não oferece perspectiva de jorrar água outra vez. Falta de dinheiro, frequentes problemas técnicos e principalmente má vontade da população levaram o poder público a abandonar os 19 jatos iluminados.
A inauguração foi em 2012, depois que a prefeitura firmou um convênio com a Coca-Cola: na época, a empresa investiu R$ 1 milhão em pavimentação, deques e uma série de melhorias no Glênio Peres. Mas a grande atração, o chafariz que ocupava 40 metros de extensão em frente ao Mercado Público – e tinha um reservatório de 12 mil litros no subsolo –, logo apresentou falhas com o excesso de sujeira nas canaletas.
– E, quando funcionava, chegavam muitas reclamações de pedestres se molhando. A gente acha lindas essas inovações fora do Brasil, mas, quando fazemos aqui, não se tem nenhuma paciência – lamenta o arquiteto Glênio Bohrer, que coordenou o projeto na Secretaria de Planejamento Urbano.
Mas o grande problema veio com a seca de 2015, quando o Brasil enfrentou uma crise de abastecimento. As pessoas não entendiam que a água do chafariz era reaproveitada. Acharam, então, que havia ali um desperdício monumental. José Fortunati, prefeito na época, hoje diz que “sentia pena do pessoal que atendia o 156”.
– Ninguém aguentava mais ouvir xingamentos. Avaliei que, durante aquele período sensível, era melhor desligar o chafariz – relembra ele.
Meses depois, os jatos d’água voltaram. Só que havia tanta sujeira acumulada ali dentro, que uma torrente de queixas por mau cheiro voltou a atordoar os atendentes do 156. A Coca-Cola, logo depois, decidiu romper o contrato com a prefeitura. E, sem dinheiro público para bancar o chafariz, a ideia foi abandonada.
O governo atual não tem planos para reativar o equipamento. Segundo a assessoria da prefeitura, o custo de manutenção dos motores seria muito alto. O que se vê hoje, em frente ao Mercado Público, são os buracos que sobraram de um projeto bem intencionado que deu errado.