Experiência única para pessoas com deficiência, o Festival de Cinema Acessível vai ocorrer neste ano no Santander Cultural — e não na Casa de Cultura Mário Quintana, onde foi nas três edições anteriores. O motivo da mudança é que tanto a acústica quanto a acessibilidade do Santander são bem superiores.
— A maioria desse público nunca foi ao cinema. Alguns me disseram que, pela primeira vez na vida, conseguiram entender um filme. Um senhor cego falou que viu cinco vezes o mesmo filme, mas que nunca tinha entendido: muita coisa costuma ser contada só com recursos visuais — diz o idealizador do festival, Sidnei Schames, dono da produtora Som da Luz.
Além de cegos, a ideia do evento é reunir surdos e pessoas com problemas cognitivos, como autistas e downs. Uma mistura de tecnologias mostra, na mesma tela, as imagens do filme, as legendas e um intérprete de libras. Na sala de cinema, ouve-se também a audiodescrição, com um narrador descrevendo o que mostram as imagens.
Marcada para os dias 6 e 10 de outubro — na semana da criança — e para os dias 10 e 14 de novembro — durante a Feira do Livro —, esta quarta edição do festival é mais dirigida ao público infanto-juvenil, mas segue aberta a todos os públicos. Divertidamente e Frozen serão os filmes exibidos, sempre com entrada franca.
Com captação autorizada pela Lei Rouanet, o projeto conta com apoiadores como Banco Renner, Bem Promotora e Grupo DLL. Sidnei Schames, que é músico de formação, conta que passou a pesquisar o assunto quando foi chamado por uma empresa para produzir um audiolivro.
— Vi que era uma forma de incentivar um mercado totalmente do bem. E que eu podia viver disso. A acessibilidade feita de forma profissional é algo ainda muito novo — analisa ele.