Também levaram um notebook, uma TV e algum dinheiro, mas nada disso tem valor perto dos dois cachorros. Arrancaram o Chico e a Chiara, um casal de pugs com 30 centímetros de altura, do apartamento de Roberto Seitenfus, um assistente jurídico agora em desespero.
– Dói muito. Eles são filhos para mim, são minha família. Moramos aqui só nós três e o Hans – conta Roberto, 38 anos, citando o yorkshire de 14, poupado pelos ladrões provavelmente pelo temperamento agressivo.
O furto ocorreu há duas semanas. Após assistir a uma peça de teatro no dia 7, um sábado, Roberto notou que a porta do prédio onde mora, na esquina da Independência com a Barros Cassal, estava aberta. Eram quatro da tarde. Entrou no edifício – que não tem porteiro – e viu sua impressora largada no chão do corredor.
– Corri para ver como eles estavam, mas, quando entrei em casa, só vi o Hans. Caí no choro, né? – lembra ele.
Em uma de suas buscas pelo bairro, Roberto teve acesso à câmera de vigilância de um mercado próximo: dois homens aparecem largando os pugs no banco de trás de um Prisma preto, estacionado na Barros Cassal a 200 metros do prédio. Segundo a delegada Sabrina Teixeira, da 17ª DP, não é possível visualizar a placa:
– Estamos monitorando as ruas e o comércio das redondezas para ver se encontramos novas imagens ou testemunhas, mas não temos nada até o momento.
O medo maior é que os cachorros já tenham sido vendidos. Para piorar, a dupla precisa de medicação diária, por causa de uma sarna genética e um problema no coração. Ainda cheio de esperanças, Roberto criou no Facebook a página Encontrem o Chico e a Chiara – se alguém tiver notícias, é para entrar em contato por ali.
– Todo dia para mim é difícil – diz Roberto. – Cheguei a pensar em ir embora dessa cidade, é muita violência, mas ainda acredito que vou encontrá-los.