Entre as 7h41min e as 7h49min de ontem, quem parou na estação Santa Inês do corredor da Protásio Alves viu cinco ônibus da linha T8 cruzando a parada. Em média, portanto, passou um ônibus a cada 96 segundos, mas alguns veículos vinham juntos, um atrás do outro, em uma explosão de oferta.
Seria um sonho se não fosse uma falha: pela tabela da EPTC, o intervalo mínimo é de cinco minutos. Usuários da Carris conhecem bem o fenômeno – se passam cinco ônibus juntos, é porque os passageiros, em algum momento, amargam uma espera bem superior à prevista.
Instalar GPS nos veículos ajudaria. Com o equipamento, é possível ver exatamente onde o ônibus está. Assim, tanto a EPTC – que fiscaliza – quanto a empresa responsável poderiam monitorar o cumprimento da tabela, e o passageiro, por meio de um aplicativo, saberia quanto tempo precisaria aguardar.
Em setembro de 2017, a prefeitura publicou decreto exigindo que a instalação de GPS começasse em dois meses. Passaram-se oito meses e, conforme a EPTC, entre os 1.582 ônibus da cidade, apenas 183 têm o equipamento – ou seja, 11,5%. A expectativa é de que a frota inteira esteja com GPS em dezembro.
Procurada pela coluna para explicar por que cinco ônibus passaram juntos na parada da Protásio, a Carris não respondeu. Então, explico eu: parece um claro problema de gestão. Não custa lembrar que a estatal dá prejuízo de R$ 50 milhões todo ano.