À procura de um parceiro para namorar, casar e ter filhos, a promotora de vendas Dayse Souza, de 36 anos, virou de cabeça para baixo um dos grupos de moradores mais ativos do Facebook.
Com mais de 33 mil membros, o Vizinhos do Centro Histórico reagiu com agitação ao post da loira que pedia um namorado fiel, gentil, amigo, que curta cinema, goste de rock, tenha mais de 35, seja gato e, se possível, exiba uma tatuagem. Foram mais de 900 comentários em poucas horas. E uma enxurrada de outras publicações em busca do amor ideal invadiu o grupo de vizinhos.
– Achei que ali seria um lugar mais confiável para conhecer gente nova – disse Dayse à coluna. – Nesses aplicativos tipo Tinder não tem nada que preste. Está difícil achar gente legal, que queira algo sério.
Na onda da moça, chegou gente clamando por alguém que "goste de cachorro", que entenda "o amor livre", que siga "a Palavra do Senhor", que "só queira beijar na boca", que "converse infinitamente sobre as pequenas profundidades da existência". Héteros, gays, lésbicas, bissexuais, dezenas e dezenas de moradores do Centro Histórico detalhavam suas preferências.
Houve quem não gostasse, afinal o grupo costuma servir para troca de informações, dicas de serviços, pedidos de ajuda, divulgação de eventos. "Se expor dessa forma num grupo, as pintas tão desesperadas", ralhou uma mulher. Mas um dos administradores tratou logo de intervir: "Não destranse os transantes", escreveu Rafael Brum Ferretti.
– Achei lindo o pessoal à vontade se expondo. Sinal de que o grupo proporciona intimidade – sorriu Ferretti em conversa com a coluna.
Dayse Souza, a primeira a postar, até trocou palavras com um dos 30 rapazes que a adicionaram no Facebook, mas o papo não andou. A esperança, agora, está em outro grupo, criado a partir da publicação dela: "Ache seu amor no Centro Histórico de Porto Alegre". Já são quase 200 membros.
Veja algumas publicações: