A imagem acima foi compartilhada no Facebook pela página do núcleo gaúcho do Movimento Brasil Livre (MBL). Não sei se notaram, mas sou eu ali, pintadinho de púrpura. Em cima da foto, o MBL questiona se sou, de fato, um jornalista ou um "militante de extrema-esquerda".
Eles ficaram brabos com a coluna que publiquei no fim de semana, quando comparei o movimento ao PT: ambos recorrem à tática desleal de eleger um inimigo, espancá-lo inescrupulosamente e, com isso, criar aquele antagonismo nefasto do nós contra eles.
Um trecho do meu texto dizia assim: "Em uma estratégia desprezível de interditar o debate, militantes do MBL preferem tachar de comunista, esquerdopata, bolivariano, petralha ou eleitor do PSOL qualquer pessoa que divirja deles". A imagem acima mostra que, às vezes, até que a gente acerta.
Lembram da célebre frase atribuída a Freud? "Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo". É perfeita. Sempre que alguém abdica de debater para desqualificar o debatedor, está revelando mais sobre si mesmo do que sobre o outro.
Ao me chamar de "militante de extrema-esquerda", o MBL só conseguiu reforçar seus próprios valores.
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