Sua expectativa era ser o homem forte do governo, uma versão municipal do chefe da Casa Civil, um conselheiro que ajudaria Marchezan a ditar os rumos da prefeitura, mas nada saiu como planejado. Secretário de Relações Institucionais e Articulação Política, o ex-vereador Kevin Krieger (PP) mantém uma relação tensa com o prefeito e repete toda semana, para colegas e amigos, que pretende deixar o governo.
Líderes do PP já adiantam: o vice-prefeito Gustavo Paim, nas próximas semanas, deve assumir a função hoje exercida pelo secretário. Krieger reclama de ser pouco ouvido por Marchezan, tanto em assuntos cruciais para a cidade quanto em negociações sobre a ocupação de cargos na prefeitura.
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Mas a principal queixa de Kevin Krieger se refere à falta de autonomia na articulação política com a Câmara – cabe lembrar que ele é o titular, justamente, da Secretaria de Articulação Política. É o próprio prefeito quem vem liderando as conversas com os vereadores.
Durante o período eleitoral, Krieger coordenou a vitoriosa campanha de Marchezan. Ele também foi peça-chave na aproximação do tucano com o PP, partido fundamental para a candidatura deslanchar. Por isso, achou que sua influência no governo seria bem maior: ele pretendia conduzir a tradicional distribuição de cargos para os partidos da base aliada, mas, segundo outros dois secretários, Marchezan "discordou de seus métodos".