Chega a R$ 6,8 milhões a dívida da prefeitura com cerca de 300 atores, músicos, cineastas, escritores, diretores, dançarinos, artistas plásticos e outros profissionais do cenário artístico de Porto Alegre. Nenhum vencedor da edição de 2016 do Prêmio Açorianos foi pago até agora. Nem os jurados receberam. Artistas contratados para eventos da prefeitura aguardam por seus cachês desde 2014.
– Só eu tenho a receber por Porto Alegre em Cena, Quartas na Dança, Dança Ponto Com e Prêmio Açorianos, sem falar em projetos aprovados em 2015 e 2016 pelo Fumproarte – enumera a bailarina e produtora cultural Débora Nunes.
Aliás, os bailarinos da Companhia Municipal de Dança estão há mais de ano sem receber um centavo.
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Da dívida total de R$ 6,8 milhões, cerca de R$ 2,1 milhões referem-se a projetos que, embora tenham sido aprovados, não foram pagos pelo Fumproarte – fundo criado por lei, em 1993, para financiar projetos culturais. Neste ano, a prefeitura cancelou o edital previsto para março.
– Não podemos acumular mais dívidas. Aliás, nenhuma delas foi contraída pela nossa gestão, mas já estamos começando a quitá-las – diz o secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, adiantando que uma verba de R$ 400 mil foi liberada pela Secretaria da Fazenda.
Com o dinheiro, as dívidas de até R$ 8 mil começarão a ser pagas no fim do mês. Os bailarinos da Companhia de Dança e os jurados do Prêmio Açorianos, segundo Alabarse, também receberão o que lhes é devido. Não há previsão para todas as dívidas serem quitadas.