Régis Lima, o vendedor de salgados da Doutor Flores que teve seu carrinho furtado no feriadão de Carnaval, recorda sorrindo do reencontro com o xodó:
– Quando vi que era ele, saí correndo para abraçá-lo.
Ele tinha comprado o carrinho fazia menos de um mês. Em entrevista à coluna na semana passada, comoveu leitores ao dizer que "quando ia guardá-lo, sentava e ficava só admirando". Ele alugava por R$ 100 uma loja desativada na Farrapos apenas para isso, guardar o carrinho, mas alguém entrou lá e o levou embora.
– Comecei a chorar, fiquei desesperado, nem dormi direito – disse o arrasado vendedor.
Na última sexta-feira, a repercussão da história chegou a um homem que havia comprado o carrinho. O sujeito – que teria pago R$ 100 a um ambulante no Centro – achou o telefone de Régis no Facebook, fez a ligação e disse que, no domingo, devolveria o apetrecho. Garantiu que ligaria de volta para combinar horário e local. Mas o domingo chegou, e nada da ligação.
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– Me deu uma crise nervosa, meu corpo se empipocou todo – relembra Régis, que nem sabia o nome do rapaz. – O cara não quis se identificar. Ficou com medo que a gente achasse que ele era o ladrão.
Cansado do rame-rame, o cunhado de Régis tomou a frente das tratativas: retornou a ligação para o homem, que, meio resistente, aceitou o encontro no próprio domingo, nas proximidades da Vila dos Papeleiros. Assim que viu seu carrinho, o vendedor pôs-se a abraçar a lataria.
– Tô tranquilo agora, passou a loucura. Só quero trabalhar de novo – afirma Régis, que nesta terça já está de volta ao ponto da Doutor Flores: