Sinto nojo, pena, raiva, asco de quem comemora o irreversível quadro clínico de Marisa Letícia. Todos os veículos de comunicação que noticiam o estado de saúde da ex-primeira-dama deveriam, imediatamente, fechar suas caixas de comentários e impedir que esse lodo de estupidez e crueldade transborde dos já descontrolados limites das redes sociais.
Portais e jornais de todo o país, fechem agora seus comentários, isentem-se agora de qualquer conivência com essa bestialidade coletiva. Não se trata de restringir a liberdade de expressão. As pessoas que escrevam o que quiserem em seus redutos de mesquinharia no Facebook e no Twitter, mas a imprensa não pode deixar aberto um canal, teoricamente democrático, servindo de propagação para a celebração da dor, para o desprezo ao luto e para o deboche da morte.
Aliás, sobre um idiota que comemora a morte de alguém simplesmente pela disparidade de visões ideológicas, não é difícil imaginá-lo metendo um tiro na testa de quem confrontá-lo com uma opinião política divergente. Não é difícil pressupor seu talento para virar um bandido, ainda que, para ele, o bandido seja o morto.
Não vai faltar quem me chame de petista, quem diga que defendo Lula ou Marisa. Ora, está aqui a minha opinião pessoal sobre Lula, se alguém fizer questão de ler. E, se muitas vezes o critiquei, permito-me agora dar-lhe um conselho: processe por danos morais, Lula, cada um dos animais que desejam em público a morte de sua mulher. Já passou da hora de se abrir um movimento para vigiar, punir e tirar de circulação essa cambada de maníacos que ameaça tornar irrespirável o ar das redes.
Ah: este meu texto, claro, está fechado para comentários. Sumam daqui, haters, vão destilar seu ódio longe de mim.