A coisa não anda fácil e, por isso, um dos melhores remédios talvez seja mesmo rir. Grace and Frankie, seriado produzido pela Netflix, é diversão certa – e ainda com o bônus de atuações espetaculares.
Com Jane Fonda e Lily Tomlin nos papéis-título, o seriado gira em torno de duas setentonas que se aproximam depois que seus maridos, Robert e Sol, vividos respectivamente por Martin Sheen e Sam Waterstone, sócios há décadas numa banca de advocacia, anunciam que são apaixonados e que pretendem se casar. É lógico que o mundo desaba para as famílias (Grace e Robert têm duas filhas, Frankie e Sol têm dois filhos), e é a atrapalhada reconstrução de vida de todos que o seriado conta. Criada por Howard J. Morris e Marta Kauffman (a mesma de Friends), Grace and Frankie foi lançada em 2015, com três temporadas de 13 episódios cada. Logo nos primeiros capítulos, talvez a série peque por situações clichê ou moralistas – cacoetes dos quais nenhuma sitcom escapa de qualquer jeito –, mas que são driblados às mil maravilhas pelo quarteto, principalmente por Lily, que faz uma professora de arte riponga que fuma toneladas de maconha. À medida em que mais personagens frequentam a trama, o elenco de apoio, que é basicamente o dos filhos dos dois casais, dá outro banho de atuação e garante o espetáculo.
Um dos trunfos da série é falar sobre coisas que deixam as pessoas sem jeito. Grace e Frankie lutam para colocar de pé uma empresa – e quem quer emprestar dinheiro para duas senhoras de mais de 70 anos? Finalmente, conseguem fabricar e vender (muitos) vibradores desenhados para mulheres maduras. Com base nas necessidades do negócio, discutem-se temas como masturbação na velhice, sexualidade feminina, os grandes mitos relacionados ao prazer, assuntos sobre os quais precisamos falar. E dos quais precisamos rir. E sempre nos divertir. Vamos?
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