Além da economia que não decola, das suspeitas envolvendo seu chefe de inteligência em relação à Odebrecht e dos baixos índices de popularidade, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, agora tem uma nova dor de cabeça.
O Ministério Público denunciou a ele e ao ministro das Comunicações, Oscar Aguad, por supostamente terem reduzido a dívida de uma empresa da própria família do mandatário com o Estado. O débito era do Grupo Socma, presidido por Franco Macri, pai do presidente, que tem na diretoria outros membros da família, e fazia parte de um acordo devido à quebra do Correio Argentino quando a hoje estatal era privada. A família Macri administrou o serviço dos correios entre 1997 e 2003, durante as privatizações do governo de Carlos Menem (1989-1999). A empresa quebrou em 2001, deixando dívidas com o setor privado e o Estado. Em 2003, no governo de Néstor Kirchner (2003-2007), o Correio Argentino foi novamente estatizado. O grupo teria de pagar 300 milhões de pesos ao governo, ao longo de várias parcelas. Há uma semana, no entanto, a procuradora Gabriela Boquín declarou que o atual governo teria aprovado novo acordo, pelo qual haveria um desconto de mais de 90% do valor final a ser pago.