As relações turbulentas entre a Argentina de Mauricio Macri e os Estados Unidos sob Donald Trump rendem boas piadas. Algumas poderiam ser aplicadas a outros países com a mesma má fama quanto á conduta ética.
Uma delas (nós, brasileiros, podemos nos identificar facilmente nela): Trump decidiu reformar as paredes da Casa Branca e pediu três orçamentos. O chinês quis US$ 3 milhões, o europeu quis US$ 7 milhões e o argentino, US$ 10 milhões. O novo presidente americano ficou intrigado e resolveu investigar as três propostas. 1) O responsável pela empreiteira chinesa disse que os US$ 3 milhões eram divididos entre a pintura (US$ 1 milhão), a mão de obra (US$ 1 milhão) e o lucro que ele teria (o outro US$ 1 milhão). 2) O europeu falou em US$ 2 milhões pela pintura qualificada que faria, US$ 3 milhões pela mão de obra altamente qualificada e, claro, os US$ 2 milhões que ele levaria de lucro. E o argentino? 3) Explicou que pediu US$ 3 milhões para Trump, US$ 4 milhões para ele próprio e os outros US$ 3 milhões para o chinês fazer o serviço.
Mas por que essa e outras piadas circulam mais por Buenos Aires e Washington? Porque os clãs Macri e Trump têm histórico de desavenças comerciais.
Macri apoiou Hillary Clinton nas eleições americanas. Caso de rara exposição.
Não foi à toa.
Agora, não restou ao presidente americano outra alternativa que não seja a de colar os cacos do vaso quebrado.
O cupido da reconciliação é o ministro de Energia, Juan José Aranguren, amigo do futuro secretário de Estado dos EUA, o petroleiro Rex Tillerson, CEO da gigante ExxonMobil.
A Exxon teria altos interesses na Argentina.
Logo, há valores mais altos em questão nessa história toda.