Em meio a surtos de gripe aviária em mais de 30 países da Europa, Ásia e África, com aves sacrificadas para conter a propagação do vírus, o Brasil reforça o alerta sanitário para afastar a doença nunca registrada no país.
A condição privilegiada pode render à produção brasileira ainda mais espaço no Exterior. Principal exportador mundial de carne de frango, com 40% do mercado, o Brasil poderá ocupar espaços deixados pelos produtores atingidos pelo vírus.
– Estamos preparados para suprir a falta de produto em determinados mercados. A produção, com ciclo curto, pode ser aumentada em caso de necessidade – destaca Ricardo Santin, vice-presidente de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Principal parceira comercial do Brasil, a Arábia Saudita baniu as importações de frango de Hungria, Suécia, Holanda, Coreia do Sul e Alemanha – todas com registros de influenza aviária. Na Coreia do Sul, 14 milhões de aves foram sacrificadas no último mês.
Há dois anos, quando os Estados Unidos registrou casos da doença, o Brasil aumentou em 8% a participação no mercado Externo.
– O Brasil é o único, entre os grandes produtores, que nunca teve o vírus. Temos de manter essa condição triplicando os cuidados com biosseguridade – reforça Santin.
Embora exiga cuidados, o risco da influenza aviária chegar ao Brasil é baixo, pois o país está fora, nesta época, das rotas migratórias de aves, principais transmissoras da doença.