O recorte regional da pesquisa nacional que aferiu o grau de adesão dos produtores brasileiros à integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) mostra que, no Rio Grande do Sul, é alta a satisfação com a adoção dos sistema. Vale lembrar que o Estado, indica o levantamento, tem 1,4 milhão de hectares onde há mais de uma atividade na mesma propriedade, a terceira maior no país, atrás apenas de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Da amostra de 1.116 produtores entrevistados, 79% disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a adoção da ILPF e apenas 8% informaram que não recomendariam para um amigo. Entre aqueles que têm a pecuária como atividade principal, as motivações para aderir à integração são redução do impacto ambiental e aumento da rentabilidade.
Entre os plantadores de soja e milho, as maiores razões são a busca por maior retorno econômico por hectare e menor risco financeiro com diversificação de culturas. Nos dois casos, rotação de culturas/necessidades técnicas é a terceira resposta.
A pesquisa foi encomendada pela Rede de Fomento ILPF, formada por diversas entidades e empresas ligadas à agricultura. No país, são 11,5 milhões de hectares que adotam a estratégia, o equivalente a 6% da área utilizada na agropecuária. No Estado, o percentual sobe para 21%.
O coordenador da Rede de Fomento ILPF para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Renato Fontaneli, admite algumas surpresas com o resultado:
– Esperávamos pelo menos 1 milhão de hectares no Estado, mas o resultado foi acima do que pensávamos – diz Fontaneli, também pesquisador da Embrapa Trigo, de Passo Fundo.
Outro ponto curioso, diz Fontaneli, é o fato de a ILPF ter grande adesão entre os pecuaristas, enquanto o senso comum poderia sugerir uma busca maior por agricultores de origem, por serem mais tecnificados.
– A adoção da ILPF, embora complexa e trabalhosa, resulta em mais renda por área – constata Fontaneli.
Confira as principais motivações para a adoção de sistemas de ILPF.
Pecuaristas:
1) Redução do impacto ambiental
2) Aumento da rentabilidade
3) Rotação de culturas/necessidade técnica
Produtores de grãos (milho/soja):
1) Aumento da rentabilidade por hectare
2) Diminuição do risco financeiro com a diversificação de culturas
3) Rotação de culturas/necessidade técnica