O embaixador do Brasil na Índia, Tovar da Silva Nunes, foi elegante ao receber comitiva gaúcha na sede do governo brasileiro em Nova Délhi – um dia após quatro deputados gaúchos retirarem-se de reunião com o diplomata.
O embaixador não somente recebeu os parlamentares com muita cordialidade, como os orientou sobre como proceder para obter resultados mais concretos em viagens internacionais.
Em uma hora de encontro, regado a café e pão de queijo mineiro, o embaixador também falou sobre as possibilidades comerciais entre Brasil e Índia.
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Confira entrevista à coluna:
Já existe definição de qual Estado brasileiro receberá a indústria agroquímica da empresa indiana UPL?
Terei encontro na próxima semana com a presidência da UPL, quando poderei obter novas informações sobre o andamento do investimento de R$ 1 bilhão anunciado em setembro. Ainda não tenho conhecimento do local a receber o investimento, mas sei que alguns Estados estão na disputa.
Sobre a exportação de carnes suína e de frango para a Índia, quais são as expectativas?
Na carne suína, o Brasil conseguiu chamar a atenção da Índia para a necessidade de uma vez por todas resolver o problema de certificação. O governo indiano não impôs resistência. Agora a bola está no campo brasileiro, na apresentação do certificado proposto. Antecipo num horizonte curto de tempo a definição. Na parte de aves, sabemos que há restrições da Índia na parte sanitária e tarifária. Estamos tratando disso em Genebra, inclusive, no âmbito da OMC.
Por que existe resistência à produção brasileira?
O setor empresarial indiano tem interesse, demonstrado em conversas entre indústrias brasileiras e distribuidores aqui na Índia. Mas na parte governamental ainda existe um caminho a ser feito para que as barreiras (sanitária e tarifária) possam ser eliminadas.
E quanto a negócios com o Rio Grande do Sul?
Identificamos potenciais no agronegócio, tanto em produtos agrícolas como processados e semi-processados, como conservas, geleias etc. Proteína animal é outra oportunidade enorme, já que a Índia é uma grande consumidora em escala muito interessante como mercado mundial Produção de biocombustível também pode ser explorada.