Um dirigente da oposição venezuelana viajou para Washington a fim de denunciar à Organização dos Estados Americanos (OEA) as autoridades eleitorais de seu país, pelo que classifica como um "bloqueio" ao referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. Conforme comunicado do Legislativo venezuelano, o deputado Luis Florido, presidente da Comissão de Política Exterior do Parlamento (de maioria opositora), se reunirá nesta quinta-feira com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro.
Órgão eleitoral impõem empecilhos a revogatório em 2016. Entenda
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As diretoras do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) "violam a Constituição e não dão a data do revogatório, direito constitucional dos venezuelanos. Ainda estamos em tempo de convocar o referendo. Por tal motivo, solicitaremos à OEA que levante sua voz", afirmou Florido, citado no documento.
Na terça-feira, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, anunciou que o recolhimento das 4 milhões de assinaturas necessárias para convocar a consulta será no final de outubro, o que impediria de realizar a consulta em 2016, como pede a oposição. Se o referendo for realizado antes do dia 10 de janeiro de 2017 e Maduro perder, haverá eleições. Mas se ocorrer depois e o governante for revogado, será substituído por seu vice-presidente, que é escolhido a qualquer momento pelo presidente, como qualquer ministro (não foi eleito na chapa). Assim, Maduro governaria mesmo sem estar na presidência.
No último 23 de junho, Almagro apresentou ao Conselho Permanente da OEA um relatório que assinalava que a Venezuela vive "uma grave alteração da ordem constitucional" e pedia a ativação da Carta Democrática. A sessão foi concluída sem decisões sobre a aplicação desse instrumento, que prevê sanções em casos de ruptura do vínculo democrático, o que foi comemorado por Maduro como uma vitória. Entretanto, a oposição assegura que o relatório de Almagro iniciou a ativação do mecanismo. "A paz do país está nas mãos do CNE, sequestrado por Nicolás Maduro", manifesta Florido no documento.