Léo Gerchmann
A violência progressiva que se constata na Venezuela começa a preocupar o mundo. Este colunista não pode deixar de constatar uma ironia e, por que não dizer, um cinismo do presidente Nicolás Maduro. Todas as agressões ocorreram quando manifestantes oposicionistas caminhavam até o órgão eleitoral para pedir a definição de um cronograma para o referendo revogatório, instrumento previsto constitucionalmente para um "recall" do presidente no meio do mandato. As vítimas das agressões foram oposicionistas, reprimidos pela Guarda Bolivariana. O que diz Maduro? Que os responsáveis são os próprios oposicionistas, as vítimas. E ainda alerta: há lugares ainda na cadeia para os "desordeiros". Claro, ele se refere aos 78 presos políticos condenados por supostamente promover a violência nos enfrentamentos ocorridos em 2014, quando 43 pessoas, praticamente todos oposicionistas, morreram.