Mais um passo decisivo foi tomado nesta quarta-feira para a celebração do acordo de paz na Colômbia. O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram que será apresentada amanhã, em Havana (Cuba), a definição de um dos pontos mais difíceis do acordo de paz que vem sendo negociado há quase três anos entre as duas partes. Serão anunciada a maneira como se dará o cessar-fogo bilateral, como se definirão as zonas que os guerrilheiros poderão ocupar no período de transição até sua reintegração à vida civil e a entrega das armas por parte da guerrilha.
Percebem? É praticamente o acordo de paz! Está chegando muito perto.
Até mesmo os presentes no anúncio são solenidade à informação. Estarão lá o próprio presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, o presidente cubano, Raúl Castro, o chanceler da Noruega, Borge Brende (Cuba e Noruega são países de garantia do acordo), e os governantes dos países acompanhantes, Michelle Bachelet (Chile) e Nicolás Maduro (Venezuela).
Restará ainda o último ponto, que trata da forma como o acordo de paz será aprovado pelos colombianos. Plebiscito ou referendo (opções preferidas pelo governo) ou assembleia constituinte (opção preferida pela guerrilha)?
Congresso e da Corte Suprema participarão dessa decisão.
Também se espera para amanhã a definição da data de assinatura final do acordo. Se depender do governo, será já no próximo dia 20!!! Já a aprovação popular ocorreria entre dois e três meses depois dessa data. Seria o tempo suficiente para todos os aspectos do acordo serem publicamente conhecidos.
Já houve acerto no passo entre governo e guerrilha em diversos pontos. Foi estabelecido que haverá reparação às vítimas, Justiça especial e indultos a quem colabore com a Comissão da Verdade. Não haverá anistia a quem cometeu crimes de lesa-humanidade (assassinatos ou sequestros), e os ex-guerrilheiros poderão participar de eleições, fato que despeta grande curiosidade. Serão interrompidas as plantações de coca. A guerrilha já retira das minas terrestres.