Atenção: o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram há pouco que o acordo de paz terá status de "estatuto constitucional". O que isso significa? Que os guerrilheiros terão uma blindagem que lhes permitirá entrar na vida política institucional. Mais que isso, porém, significa que o processo de paz se torna cada vez mais iminente.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirma isso. Diz esperar que o conflito acabe "muito em breve". Falando a repórteres em Londres, antes de retornar a Bogotá após uma visita de três dias, Santos comentou sobre o acordo alcançado em Havana para proteger legalmente o que foi negociado e assegurar seu cumprimento de acordo com o direito nacional e internacional.
– Esperamos que muito em breve seja resolvido o ponto que tem a ver com o cessar-fogo definitivo entre as Farc e o governo. Esse cessar-fogo é seguido pelo processo de depor as armas, que significaria o fim da guerra – afirmou Santos, reticente durante todo o processo de paz em estabelecer prazos.
Isso significaria "o fim do conflito armado", acrescentou, "o fim das Farc como um grupo armado, o que é uma notícia muito importante, espero que isso aconteça muito em breve".
Santos estimou também que o status de estatuto constitucional leve "as Farc reconhecerem pela primeira vez a Constituição, as leis e os poderes que emanam da Constituição".
– É um aspecto muito importante, porque as Farc ignoravam a Constituição, ignoravam os poderes do Estado, e o que faz neste momento é o oposto, é reconhecer a Constituição, o Congresso da República.
Em três anos e meio de negociações, as Farc e o governo chegaram a acordos sobre quatro dos seis pontos em pauta: problema agrário (origem do conflito), cultivos ilegais e tráfico de drogas, reparações às vítimas do conflito e a transformação do movimento de guerrilha em partido político. Restam dois pontos: o cessar-fogo bilateral e definitivo, que inclui o desarmamento dos rebeldes, e o mecanismo para referendar o acordo.