Opa, esta informação interessa sobremaneira a nosotros gaúchos: sabem o que o presidente Barack Obama tomou hoje de manhã em Buenos Aires?! Um chima!
– Tomei mate pela primeira vez – contou, com um sorriso.
Obama disse que tinha muita curiosidade em experimentar o chimarrão. Por quê? Porque ele é leitor de autores argentinos e imaginava como seria o gosto.
– Eu lia Borges e Cortázar, que falavam do mate – contou ele hoje.
E, depois de algum suspense, veio a frase que queríamos escutar:
– Gostei bastante!
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Uma visita que promete ser histórica, no dia dos 40 anos da ditadura.
Obama chegou às 10h55min desta quarta feira na Casa Rosada, em Buenos Aires, para seu primeiro compromisso oficial na Argentina. Deslocou-se de carro desde a embaixada americana, onde está hospedado, até a sede do governo argentino.
O trajeto de cerca de sete quilômetros foi acompanhado por centenas de argentinos que se aglomeraram nas ruas da capital para acompanhar a comitiva do presidente americano. Na Casa Rosada, Obama foi recebido pelo presidente Mauricio Macri. Os dois posaram para fotos e seguiram para uma reunião fechada. À noite, participou de um jantar oferecido por Macri para cerca de 400 pessoas no Centro Cultural Néstor Kirchner.
No início da manhã desta quarta-feira, a ministra de Relações Exteriores argentina, Susana Malcorra, e o embaixador americano, Noah Mamet, assinaram acordos bilaterais nas áreas de segurança e comércio.
Essa é a primeira visita oficial de um presidente dos EUA à Argentina desde 1997, quando Bill Clinton se encontrou com Carlos Menem. George W. Bush esteve no país em 2005, mas para uma reunião de cúpula.
A visita oficial de Obama marca a reaproximação dos EUA e da Argentina, que haviam se afastado nos últimos oito anos durante os mandatos de Cristina Kirchner. Na semana passada, em entrevista a um programa de TV do canal americano CNN, Obama afirmou que tinha uma relação cordial com Cristina, mas que as políticas da argentina eram "sempre anti-estadunidenses".
Desde que Macri assumiu a presidência, em dezembro do ano passado, o governo de Obama vem elogiando as novas medidas adotadas pelo país.
Há 15 anos, existe um forte sentimento contra os EUA na Argentina. Parte da população culpa o país e o FMI pela gravíssima crise de 2001.
Nos últimos anos, porém, a imagem dos EUA vem melhorando. Hoje, 45% dos argentinos tem uma boa imagem do país e 18%, uma imagem ruim. Em 2008, 29% viam os EUA de forma positiva e 32% de forma negativa.
No dia dos 40 anos da ditadura...
Uma polêmica gira em torno da data da visita, já que, em 24 de março, os argentinos recordam os 40 anos do golpe militar que iniciou um sangrento regime, apoiado na ocasião pelos EUA.
Antes de sua chegada, a Casa Branca anunciou a abertura em breve dos arquivos militares e de inteligência relacionados a esse período da história argentina.
Nesta quarta-feira, o Vaticano também confirmou a abertura dos arquivos relativos à ditadura militar na Argentina por vontade do papa Francisco.
A abertura dos arquivos com cartas, relatórios da nunciatura, testemunhos e documentos sobre esses anos obscuros da história da Argentina fornecerá elementos importantes para esclarecer muitos casos de mortos e desaparecidos.
Obama e Macri prestarão, na quinta-feira, uma esperada homenagem às vítimas da ditadura no país, que durou de 24 de março de 1976 até 1983, com a eleição e a posse de Raúl Alfonsín. Espera-se, de Obama, uma declaração forte.
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Acordos celebrados nesta manhã:
- Segurança, combate ao crime e lavagem de dinheiro
- Comércio e investimentos
- Apoio à OEA e ao sistema interamericano de direitos humanos