As recentes entrevistas do ex-governador Olívio Dutra constituem peças memoráveis se avaliarmos a posição a partir da qual ele fala, ainda imaginando possível a reconciliação do seu partido com os valores que lhe deram origem. Olívio é um homem simples e, ao mesmo tempo, sofisticado e culto. O tipo de intelectual que jamais confundiria Engels com Hegel, que recusaria auxílio moradia e que expressa, com seus acertos e erros, a memória de dignidade que a política brasileira perdeu há muito. É triste que o PT tenha se tornado um partido inóspito para pessoas com o perfil de Olívio Dutra e que integridade moral, coerência e espírito público sejam produtos cada vez mais rarefeitos no mercado.
Artigo
Inhaca
Jornalista e sociólogo