Era pedra cantada.
A Argentina se desvinculou da rede de televisão Telesur, fundada pela Venezuela em 2005, sob os governos de Hugo Chávez e Néstor Kirchner.
Oficialmente, o motivo foi se sentir alheia às decisões financeiras e jornalísticas, conforme o ministro da Comunicação argentino, Hernán Lombardi.
- O Estado (argentino) não tinha a mínima ingerência nas questões financeiras e jornalísticas - disse Lombardi à rádio Vorterix.
A Telesur foi criada por Chávez, há 11 anos, para ser um canal públido dos governo de esquerda e centro-esquerda da América Latina.
- Não é que o sinal (Telesul) vai desaparecer. Mas não descarto que deixe de passar pelo sistema de Televisão Digital Argentina (TDA, estatal), porque se está reorganizando toda a grade - adiantou, ainda, o ministro.
- A Argentina era um sócio que não tinha capacidade de opinar, de nenhum tipo. Assim, nos pareceu pertinente sair desta sociedade - acrescentou.
E depois veio, claro, o real motivo:
- É interessante um projeto sul-americano de televisão, mas tem que ser no marco de um pluralismo, que evidentemente no caso Telesur não existia.
Ah, bom! É uma questão de divergência ideológica.
A Telesur segue integrada agora pelos governos de Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua, Uruguai e Venezuela.
Seu propósito declarado é ser "uma voz alternativa aos meios de comunicação com linha hegemônica e neoliberal".