O que há de errado com a democracia brasileira que não dá chance de vitória à direita? Ou o que a direita tem de errado que não respeita a democracia no Brasil? Se a direita vence eleições na Argentina, na França, na Venezuela e até na Suíça, por que no Brasil o que sobra à direita é a opção dos golpes? Ou os líderes golpistas não são de direita?
Seriam de centro? Há quanto tempo não se fala de gente de centro no Brasil. O líder dito de centro geralmente revela sua face oculta nessas circunstâncias. O certo é que a direita brasileira deve estar com muito ciúme das direitas da vizinhança.
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Por que o agente Newton Ishii, o famoso japonês da Polícia Federal, ainda é apresentado como a imagem do caçador de corruptos nas fotos com prisioneiros da Lava-Jato? Como pode, se Ishii também é processado por corrupção e está agora sob suspeita de vazar informações de depoimentos de delatores?
Quem na Polícia Federal cuida da imagem da instituição? Quem escolheu esse agente como a cara da PF na escolta do vaivém de grandes corruptos?
É de espantar aprendiz de marqueteiro.
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Há dois meses, Ciro Gomes desafia os valentes para que o insultem na rua, em aeroportos e restaurantes. Ninguém o insulta. Onde se enfiaram os valentes que atacaram Mantega, Suplicy, Maria do Rosário?
A aparição do cearense da peixeira na cena do impeachment é o movimento mais instigante da patética política brasileira. Os agressores recolheram suas petulâncias. Quem tem medo de Ciro Gomes?
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O Brasil está comovido com o tom lamurioso infantojuvenil, lírico como O Pequeno Príncipe, da carta de Michel Temer para Dilma. Eu tento entender.
No segundo turno de 2010, quando eu e o David Coimbra fomos escalados na Zero para escrever os perfis dos candidatos a vice-presidente, a Dione Kuhn me avisou: o David já pegou o Temer, já telefonou para o Temer e já combinou um passeio de carro com o Temer por São Paulo.
Eu fiquei sem escolha e fiz o perfil de Índio da Costa, o vice de Serra. David borboleteou uma tarde com Temer. Voltou dizendo: o homem parece que não quer nada, mas é uma raposa pronta para comer as uvas dos cachos mais altos.
Em agosto, quando a coisa ficou feia para o lado de Dilma, Temer começou a aparecer mais, conversar com políticos e empresários e defender o governo. David escreveu: "É possível que ele esteja salvando o governo". Salvar que nada. Temer já conspirava para se adonar do parreiral. E começava a escrever a tal carta.
Depois dessa, quem aguenta esperar pela carta de Eduardo Cunha?