Aprecio os papos dos taxistas. Sempre aptos a uma boa charla. Se der trela, engatam uma segunda e só param de falar quando o taxímetro mostra a quantia da facada. Ou seja: dou papo.
Taxistas do Rio de Janeiro então, são os melhores. Na verdade, todos os problemas do mundo seriam resolvidos por eles. A capacidade de informação é fenomenal. Da mais singela à maior falcatrua, eles sabem, conhecem alguém que viu, que ouviu e se você falar "capaz", eles ficam bravos. Ou seja: dou corda.
Dia desses, entre Copacabana e Ipanema – e a partir de agora peço para "lerem" com o sotaque carioca – um deles contou que um "parceiro" foi demitido do "aeroporto". Razão: encontrou no meio das encomendas – ele trabalhava no setor de cargas – caixas e mais caixas de drogas. Não especificou quais, mas era coisa ilícita. Ao ver o crime, foi desabafar com o chefe, que respondeu: "Cê feicha sua boca e nunca viu nada, morô?". Ele calou, mas mesmo assim foi demitido com o chefe salientando "tô salvando sua vida, parceiro…".
Já me ajeitei no banco e dei mais meio metro de corda dizendo "é bem assim mesmo… Corrupção de gente graúda…". Ele sorriu com minha concordância de fala e tascou: "Rapaiizzzzxxxs? A droga era do go-ver-na-dor!". Uma informação bombástica, há de convir. No embalo e com mais corda, me garantiu o porquê de o Brasil não ter visto ainda Tropa de Elite 3. "Irmão?! O primeiro batia no tráfico, o segundo nos 'polícias' e o terceiro? Quem você acha que o Padilha (diretor) teria que bater?!".
Essas frases saíram emocionadas, voz firme, cheia de certeza. Adorei e gritei: "Esses políticos vagabundos!". E ele finalizou: "Aí os caras falaram para ele, o Padilha: 'vai pra Hollywood fazer teu Robocop, mermão… E vai quietinho!'".
Entristeci quando o táxi parou. Paguei, dei tchau ouvindo que ele iria pegar um gringo num hotel e notei que já sabia os segredos que derrubariam todo o poder do Rio de Janeiro! Por isso que quero o Uber. Vou adorar conversar com mais motoristas! Quanto mais melhor! E se um taxista for legal como esse, com um carro bom, confortável e cheiroso, chamo táxi. Sou população. Para mim, quanto mais opções, melhor.
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INVESTIMENTO NA BOLSA
Ao ver 007 Contra Spectre, deu-me uma vontade de ser rico, imortal e andar de ternos bem cortados. Além de ser o cara mais corajoso do pedaço. Mas os apetrechos do agente britânico me encantam. Não vi no filme, mas achei num site algo que me deixou encantado, essa bolsa 1M Hauly Heist. Criada por uma companhia americana, serve apenas para uma coisa: carregar com segurança US$ 1 milhão. Dificulta o trabalho de detecção e é fácil de carregar. Fica a dica, Cunha!
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ACONTECEU EM MELBOURNE, AUSTRÁLIA
Foi numa loja da Apple. Seis estudantes negros foram retirados do local com a seguinte frase de um funcionário: "Estou apenas um pouco preocupado que vocês possam roubar algo". O que aconteceu após o episódio? As vítimas de racismo foram ao Facebook informar a todos, o gerente da loja foi atrás e pediu desculpas a eles e à instituição em que os caras estudam. Os meninos, com o pedido, não levaram o caso adiante. Aceitaram as desculpas. Grandeza no meio da dor.