Atletas olímpicos do Brasil, voltem de cabeça erguida.
Não importa se vocês fazem parte da minoria contemplada com medalhas ou da maioria que vai passar longe do pódio. O que importa é que vocês, todos e todas, estão representando dignamente nosso país na principal competição do planeta. Mais do que isso: vocês já têm o mérito da participação, como protagonistas, do maior espetáculo esportivo da humanidade no palco encantado da cidade mais resplandecente da Europa. Isso é para poucos.
E todos vocês chegaram lá por merecimento, por anos de treinamento em busca dos índices olímpicos, por dias e dias de sacrifício e suor, pela renúncia, pela persistência, pela dedicação à modalidade que escolheram praticar. Só o fato de terem estado em Paris num momento tão especial já é um registro para toda a existência.
Perderam as provas que disputaram? Ora, muitos ficam para trás nessa corrida pela glória. É do jogo. Assim é a competição – e a vida. Claro que a derrota sempre magoa. Mas só é derrotado mesmo quem desiste. Todos caem em algum momento da vida. Porém, avaliadas com sensatez, as quedas nada mais são do que novas oportunidades para se fazer tudo de novo, com mais apuro. E isso não é apenas uma frase de consolo: é uma verdade atestada pelos maiores vencedores do esporte e também por aqueles que sabem que vencerão.
Dou exemplos. Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos:
— Eu errei mais de 9 mil arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Em 26 oportunidades, confiaram em mim para fazer o arremesso da vitória e eu errei. Eu falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E é por isso que tenho sucesso.
Serena Williams, a deusa do tênis:
— Um campeão é definido não por suas vitórias, mas por como ele se recupera de suas quedas.
E o nosso Hugo Calderano, às lágrimas, depois de ser eliminado na semifinal do tênis de mesa, no último domingo:
— Eu vou ficar decepcionado por dias, semanas, meses, mas vou voltar e tentar de novo.
Que o time dos sem-medalha se inspire em Hugo Calderano. O Brasil, evidentemente, vai celebrar muito as conquistas de seus medalhistas, mas também vai acolher todos os demais com abraços afetuosos.