Sou um espião das redes sociais. Pouco publico ou repasso, mas, sempre que possível, dou uma olhada nas publicações alheias, tanto do meu círculo de amizades quanto de pessoas distantes e desconhecidas. De vez em quando, também fico chocado com a polarização, com a agressividade, com a invasão e a exposição de intimidades. Mas, em contrapartida, tenho visto gente fazendo postagens úteis, inteligentes e de interesse coletivo.
Os campeões do bem, no meu conceito, são aqueles e aquelas que se preocupam em fortalecer a autoestima alheia, sem resvalar para a bajulação e para a hipocrisia. Publicam mensagens positivas e não hesitam em reconhecer e aplaudir sempre que algum interlocutor faz o mesmo. Alguns até tomam cuidado para não se envolver em polêmicas inconsequentes que só servem para gerar antagonismos e inimizades, mas também se posicionam com firmeza quando demandados em questões relevantes.
Admiro os que lideram e se engajam em campanhas de interesse público e de defesa de causas humanitárias, colocando-se desinteressadamente a serviço de pessoas necessitadas, de animais abandonados, do meio ambiente. Tem muita gente que faz isso sem se preocupar com reconhecimento ou com audiência.
Outros e outras procuram compartilhar informações verdadeiramente preciosas — oportunidades de emprego, endereços úteis, dicas de segurança, ofertas vantajosas, cursos e programas acessíveis. Refiro-me, evidentemente, às pessoas que repassaram notícias de forma responsável e extraídas de fontes confiáveis, pois não são poucos os bem intencionados que caem nas armadilhas da precipitação e do alarmismo.
Finalmente, neste breve levantamento da sensatez nas redes sociais, destaco os olheiros da beleza cultural e artística — aqueles e aquelas que garimpam concertos maravilhosos, vídeos encantadores, belas paisagens, livros imperdíveis e viagens de sonho, sempre com o propósito de dividir suas descobertas e suas emoções com amigos e seguidores. Aqui, também, o termômetro é o bom gosto e a sensibilidade para não aborrecer nem tomar o tempo de quem o tem escasso.
O máximo de sensatez no uso de redes sociais é o autoteste da reciprocidade: eu gostaria de receber isto?