Gosto de um texto de humor que circula na internet sobre o comportamento de cada signo no dia do Juízo Final. Evidentemente, prestei mais atenção na parte que me toca: o virginiano, para variar, é acusado de ser crítico e implicante. Muito injusto isso, mas não vou protestar para não parecer implicância. Na sequência da história, o nosso réu justifica aos juízes as críticas de uma vida inteira, argumentando que sua intenção sempre foi melhorar as pessoas. E quando o júri parece propenso a dar-lhe uma segunda chance, ele olha para a plaquinha da parede do tribunal e não consegue se segurar:
– Se me permitem um último comentário, gostaria de dizer que a placa foi escrita de forma incorreta: Juízo é com Z.
Somos assim, justifico-me agora. O certo é o certo, le duela a quien le duela. Já fiz parecido na vida real. Na revenda de automóveis onde faço as revisões de meu bólido, tinha também uma placa na parede:
– Acesso restrito à funcionários.
Evidentemente, impliquei com a crase. Na primeira vez em que denunciei a incorreção, ninguém deu a mínima. Na segunda, disse à vendedora que deixaria de ser cliente da loja se o cartaz não fosse alterado. Na terceira, fui direto à gerência – e, no mesmo dia, recebi por mensagem uma foto do letreiro devidamente corrigido.
Se eu tiver que responder por isso algum dia, espero que os juízes do Apocalipse apreciem o purismo gramatical.
Implicantes, nós? Coisa de invejosos.