A primeira amostragem do Brasil sob o comando de Dorival Júnior foi ótima. Fosse valendo ponto, teria obtido quatro em seis. Com direito a bom desempenho em tempo curtíssimo.
Eis a grande qualidade como treinador: ele funciona muito rápido. A primeira coisa que Dorival faz é se conectar com os jogadores que ele vai treinar. A seguir, adota a simplicidade como recurso tático. Entenda o substantivo como adjetivo neste caso. Ao contrário da premissa de que o técnico sempre precisa de tempo para o trabalho vingar, Dorival Júnior otimiza o processo.
No Flamengo, ninguém tinha conseguido fazer dar certo a dobradinha Gabigol e Pedro. No meio, João Gomes no modo área à área, com Thiago Maia de primeiro volante, também é acerto do treinador. E a recuperação impressionante de Rodinei na lateral direita fecha o combo de acertos de Dorival naquele Flamengo campeão.
É razoável projetar que o técnico da Seleção seja bem-sucedido dispondo de toda qualidade individual do jogador brasileiro onde quer que jogue. A Argentina, campeã do mundo, é favorita na Copa América, mas o Brasil que se desenha com Dorival Júnior promete.
Se Lucas Paquetá, que exerce uma função central neste time, conseguir superar a desconfiança gerada pela acusação contra ele no futebol inglês, o Brasil tem futuro mesmo sem Neymar. Caso Rodrygo não sinta a camisa 10, melhor. E, finalmente, se Vinícius Júnior for de amarelo o que é de merengue, aí o negócio fica sério de verdade.