O jogo já teria carga dramática suficiente se fosse na Arena Pernambuco, e o Náutico, desesperado para sair do Z-4 da Série B, avançasse sobre o campo do Inter tentando fazer gol cedo. Como haverá show religioso no estádio padrão Fifa neste sábado, o jogo passou para Caruaru, a menos de 150 quilômetros da capital pernambucana.
Fica longe do mar, e o estádio, comparado ao de São Lourenço da Mata, é acanhado. O Inter caminha a passos largos para voltar à Série A. Até que se torne matemático, vai ter de cumprir ritos de passagem que pretende nunca mais viver. Jogar em Caruaru contra o Náutico é parte do processo. O América- MG, que segue forçando o Inter a não se sentir confortável, ganhou na terça-feira e obriga o time gaúcho a vencer para retomar a liderança. Logo adiante, se enfrentarão no Beira-Rio.
Não havendo D'Alessandro, a vez é de Gutiérrez, que joga de volante e está sendo trabalhado para fazer a articulação. Marcou gol na derrota para o Juventude. Até o fim do campeonato, o Inter precisa vencer seis das sete partidas que jogará no Beira-Rio para subir. O que fizer fora de casa é luxo. Guto Ferreira já tem dois acessos por clubes diferentes, mas nunca com alguém do tamanho do Inter. Também ele está aprendendo a lidar com esta gigantesca pressão. A contagem regressiva começou e, nas minhas contas, chegará a seu destino três rodadas antes do fim.