Prometida para esta terça-feira (15) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão final do governo sobre o horário de verão pode ser conhecida apenas no final da semana. Um dos motivos é o apagão da Enel em São Paulo, que deixou milhares de consumidores sem energia e dominou atenções do governo nos últimos dias.
Silveira esperava se reunir nesta terça com o presidente Lula, levando a ele os cenários desenhados pela área técnica do governo sobre o nível dos reservatórios de água e a necessidade ou não de retomada do horário diferenciado. O compromisso, contudo, ficou fora da agenda presidencial.
Indicadores levantados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que mostram incerteza sobre o retorno das chuvas, devem ser discutidos nesta terça em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Ainda não está claro se sairá da reunião um posicionamento técnico definitivo sobre a retomada do horário de verão.
Auxiliares de Lula demonstraram desconforto nesta terça quando questionados sobre o prazo. A promessa de uma decisão final nesta terça, disseram, teria sido feita sem consulta ao presidente.
A demora atrasa os efeitos de mudanças de consumo esperadas com o horário de verão, além de levar incerteza a setores que consideram complexa a implementação da mudança.
Silveira tem dito que estabeleceria um prazo de 20 dias para adaptação. As companhias aéreas, por exemplo, dizem que seriam necessários 180 dias de antecedência para mudanças nas grades de voos e nas escalas de trabalho.
Apesar dos apontamentos já feitos pela área técnica do governo de que a retomada do horário de verão seria importante para lidar com a escassez de chuvas e o risco de apagões, o calendário apertado para implementação criou dificuldades adicionais. Lula havia prometido uma decisão essencialmente técnica, mas também está analisando do ponto de vista político os efeitos que cada decisão trará.