Todos gostariam que fosse antes, mas a retomada parcial em outubro do Aeroporto Internacional Salgado Filho é um fato positivo diante da complexidade do tema, especialmente porque a Fraport garante que o ritmo de trabalho não será afetado pelas discussões do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. O governo Lula já admite modificar os termos da concessão, mas a forma como se dará a compensação à empresa ainda não está definida.
O clima entre a direção da empresa alemã e o governo federal é bem melhor agora do que no início da enchente, quando a CEO da Fraport no Brasil, Andreea Pal, chegou a dizer que a concessão poderia ser abandonada se não houvesse socorro financeiro do poder público.
Em entrevista à coluna após o encontro com ministros do governo Lula, a executiva demonstrou otimismo, e antecipou que o levantamento inicial de custos para a recuperação do terminal poderá ser menor. A cifra está em R$ 700 milhões, mas há equipamentos que estão sendo recuperados, o que deve diminuir o prejuízo.
Enquanto as obras avançam, a principal pendência é a saída jurídica para que o contrato de concessão seja revisto, além da definição do tamanho da ajuda federal. O governo já está em tratativas com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a AGU (Advocacia-Geral da União). Até segunda-feira (22), um parecer deve ser apresentado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que também precisa dar aval a eventuais mudanças.
Uma parte dos custos da Fraport deverá ser coberta por um seguro privado. Até agora, contudo, não foi concluída a análise sobre o pedido de indenização. O governo já disse que poderá facilitar o acesso a crédito com juros baixos por meio do BNDES, mas é provável que somente este instrumento seja insuficiente. O alongamento do prazo de concessão também está sob análise.