Irritado com as cobranças públicas do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (25) que o dirigente "faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição". Depois de ser chamado de "frouxo" por Valdemar, Pacheco enviou uma nota à imprensa adotando termos incomuns em suas manifestações.
A troca de farpas tem como pano de fundo as operações da Polícia Federal (PF) nos últimos dias, nas quais foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Congresso. Entre os alvos, estão os deputados Carlos Jordy e Alexandre Ramagem, ambos do PL e ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
— É mais uma perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas e a direita do país. Mas, isto só ocorre pelo fato de termos um presidente do Congresso frouxo. O Rodrigo Pacheco deveria agir pelo impeachment dele. A função do Ramagem, à frente da Abin, sempre foi investigar — disse Valdemar.
Sem citar nominalmente o presidente do PL, Pacheco rebateu as críticas. Pessoas próximas ao presidente do Senado admitiram que ele ficou irritado com a postura de Valdemar e, contrariando o perfil discreto, decidiu responder publicamente.
“Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF. E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema", declarou Pacheco, em nota.
Além de Valdemar, outros parlamentares do PL cobraram providências de Pacheco e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por enxergarem excessos nas operações policiais.