No momento em que tenta se firmar como líder a nível nacional, o governador Eduardo Leite defendeu nesta quinta-feira (24) que o PSDB olhe para o centro, fuja da polarização e da radicalização em busca de relevância pelo diálogo. Ao se colocar como alternativa na disputa entre lulistas e bolsonaristas, disse que o partido precisa buscar suas origens, se apoiar na valorização da política e no respeito às diferenças.
Em um evento promovido para discutir a reestruturação da sigla, que perdeu espaço nas últimas eleições, Leite, que é presidente nacional do partido, defendeu um resgate do caminho que teve o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como referência. Para isso, anunciou a retomada do tucano como símbolo. O desenho da ave brasileira é relevante na imagem, mas também nos valores da sigla, segundo ele.
Leite se dividiu entre críticas moderadas ao presidente Lula e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Condenou, por exemplo, subsídios concedidos pelo atual governo ao que classifica como uma "economia velha e obsoleta". Em oposição a Bolsonaro, disse que não se pode falar em "exterminar a oposição" e que a defesa da democracia não pode ser relativizada.
— A polarização, a radicalização machucou o Brasil e os brasileiros. E machucou o PSDB também. O PSDB da origem precisa ser resgatado no momento em que o país mais precisa. Nossa energia não pode estar canalizada para lutar contra, tem que ser a favor da sociedade — defendeu Leite.
As bandeiras apresentadas pelo partido durante o evento "diálogos tucanos" repetiram linhas já adotadas em outros momentos, como a combinação entre desenvolvimento econômico e políticas sociais, de combate ao crime e respeito a direitos humanos.
Embora sem menções diretas a uma futura candidatura à Presidência da República, Leite recebeu apoio das principais lideranças da sigla para liderar o projeto político do PSDB em 2026 e buscar apoio na "grande avenida no centro" político.