O jornalista Anderson Aires colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Após um ano com bons números na produção e nas vendas, o mercado de veículos novos estima desaceleração para 2025. Mesmo com demanda ainda aquecida por automóveis zero, juro subindo a lomba novamente — e com mais intensidade — e dólar resistindo na casa dos R$ 6 pressionam as margens do setor e diminuem a parcela de pessoas aptas ou decididas a adquirir o bem neste novo ano.
Em dezembro, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projetou aumento de 5,6% nas vendas em 2025. Mesmo com a estimativa de nova alta, esse percentual está abaixo do projetado para o fim de 2024 (15%).
Segundo a associação, 2024 foi acima da curva e registrou o maior crescimento do mercado brasileiro desde 2007.
No Estado, o ano também foi bom para o ramo. Até novembro, dado mais recente, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves zero cresceram 20,6% no acumulado do ano, segundo o Sincodiv-RS/Fenabrave, entidade que representa concessionárias e distribuidoras. Para 2025, também estima redução de marcha nas vendas diante dos desafios observados na reta final do ano.
— Nós temos um incentivo à produção, da indústria, mas não temos um estímulo do mercado, vai estar mais caro financiar. Tem uma Selic mais alta, vai ter um aumento no preço dos automóveis, provavelmente acima da inflação. São cenários distintos, mas, mesmo assim, acreditamos num crescimento, mas em ritmo mais lento do que o de 2024 — pontua o presidente Sincodiv-RS/Fenabrave, Jefferson Fürstenau.
Competitividade
Por outro lado, um mercado com menos compradores, estoques altos e entrada de novos players aumenta a disputa pelos clientes. Com isso, feirões e promoções podem provocar preços menos pesados em alguns casos, segundo o presidente da entidade:
— Essa guerra de preços que está ocorrendo entre as próprias marcas faz com que o mercado se mantenha aquecido e as concessionárias competitivas.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo