À frente da empresa gaúcha Negras Plurais, Caroline Moreira estima ter ajudado a empoderar cerca de 1 milhão de mulheres negras no Brasil e no Exterior com mentorias, oficinas e palestras.
Na estreia do 20 de novembro como feriado nacional – Dia de Zumbi e da Consciência Negra – a executiva avalia que houve enfraquecimento da equidade racial nos negócios, o que a fez redirecionar a atuação da Negras Plurais. Neste ano, teve maior foco em consultoria a empresas, ajudando a criar, por exemplo, ações de diversidade e inclusão em multinacionais.
— Tivemos uma falsa ascensão racial. No assassinato de George Floyd, teve uma comoção mundial, o que fez as empresas começarem a olhar para a questão racial. Mas depois de um tempo, as empresas entenderam que já tinham agregado o suficiente e começaram a declinar programas de inclusão racial. Quando não tem total intenção, é apenas uma questão emocional, se perde com o tempo — afirma Moreira.
Ainda conforme a CEO, para enfrentar o problema, é preciso trabalhar a consciência, reconhecendo a existência de racismo estrutural até chegar à reparação.
— As pessoas têm de estar muito abertas para essa mudança. E como o processo de restabelecer consciência dói, as pessoas têm limite. E quando chega ao limite, ocorre o que está ocorrendo agora.
Também é necessário que as empresas apresentem metas e estejam dispostas a investir:
— Abrir vagas não é o suficiente. Plano de carreira é o que pode ajudar. Está faltando esse lugar de protagonismo real.
*Colaborou João Pedro Cecchini